PAPOS DE QUINTAL 3ª Roda de Conversa de 2019. Gordofobia na Escola

Nossa ultima Roda de Conversa de 2019 no Metade Cheio em Cuiabá foi sobre a Gordofobia nas Instituições de Ensino, tema pouco discutido na comunidade escolar, de necessidade urgente e a gente quis levar para a conversa alunos, professores, universitários, psicólogos, pedagogos, profissionais da educação para refletirmos sobre esse estigma nesse espaço que deveria ser seguro e a gente sabe que não é.

Como sempre, nossas rodas ficam cheias de alegria em poder trocar conhecimento sobre o tema.

Contamos com a presença de mediadores envolvidos na discussão, que foram a Terezinha do Nascimento Souza professora do Estado e Mestra em Estudos de Cultura Contemporânea, pesquisadora sobre racismo no Brasil, e Maurilio Mederix, jornalista e psicólogo especialista em Educação e Saúde.

Foi muita potência contar com suas falas e observações sobre a gordofobia nas escolas, a participação dos convidados sempre acrescenta um monte, e ficamos mais fortes e unidas quando estamos ali debatendo sobre o assunto.

Nossa 3ª roda levantantou a reflexão sobre a GORDOFOBIA NA ESCOLA, espaço que deveria ser seguro, mas que na prática tem sido extremamente excludente quando observamos o corpo gordo nesse espaço.

Como devemos agir? Como explicar sobre esse estigma para os alunos? Porque só vemos palestras sobre alimentação saudável, prática de exercícios e quase nunca sobre a gordofobia?

Questões importantes para se levantar um debate mais profundo e exigir das autoridades, coordenadores, diretores, Secretaria da Educação uma atençaõ voltada a esse tema.

Lembramos ainda do suicidio da menina Dielly Santos, de 17 anos, que se identificaria com essa realidade se, ela não tivesse se suicidado na escola em que estudava, em Icoaraci, no Pará. A estudante foi encontrada morta no banheiro. “Enforcamento”, apontam os laudos policiais. De acordo com a família da jovem, Dielly era vítima de bullying e gordofobia, e constantemente chamada de “lixo” e “porca imunda” pelos colegas, que gargalhavam após proferir tais ofensas.

Muitos depoimentos sobre esse tipo de tragédias são conhecidos quando pesquisamos a gordofobia nesse espaço.

Desde criança, na socialização primária, aprendemos em casa com nossa família e depois nas escolas que o corpo saudável e bonito é o corpo magro.⠀

O corpo gordo nas Instituições de Ensino seguem a Gordofobia estrutural e, portanto repete a exclusão e estigmatiza a criança gorda, causando fobias, medos, traumas, bulliyng e suicídios.⠀

Os profissionais da educação repetem a estigmatização, e não sabem lidar com o preconceito, culpando na maioria das vezes a própria vítima.⠀

Por isso é importante levantar essa discussão dentro dos espaços de ensino, já que está naturalizado esse tratamento estigmatizador a crianças e adolescentes gordos.

As Gordas Xômanas estavam lá colaborando com a discussão, e ocupando nosso espaço de fala.

E como de costume, encerramos nosso evento com música, dessa vez com CRAVOCANEL, e foi bem legal.

Se você quiser saber mais sobre essa discussão, sugerimos o último texto da Malu Jimenez que saiu nas redes TODAS FRIDAS que levanta essa discussão.

Dá uma olhadinha: http://www.todasfridas.com.br/2019/09/20/gordofobia-na-escola-lute-como-uma-gordinha/

Imagens: @juqueirozfotografia

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Poder transformar aquilo que te faz mal em algo criativo vem ao encontro de um trabalho do feminismo de aceitação e entendimento do próprio corpo, de muitas maneiras e buscas. Entender que as pessoas que te reprovam e não te aceitam são as que precisam de ajuda, pois se incomodam com algo e não sabem bem o porquê. “

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Este livro é resultado de sua pesquisa que teve origem em sua tese de doutorado, a qual propõe análises teóricas para investigar a estigmatização institucionalizada sob a qual os corpos gordos são colocados. Lute como uma gorda está disponível para venda e comprando por aqui você recebe uma dedicatória especial da autora