Eles falam: nosso corpo, nossa casa!
Mas que casa é essa, que é tão reprimida?
Que casa é essa, que não nos permitem morar nela?
Que casa é essa, que sem conhecerem, a classificam como um galpão…
Grande!…Vazio!…Inútil!…
Despejam neste corpo, falácias!
Despejam neste corpo, gordofobia!
Despejam neste corpo, a inexistência.
Quando a casa é grande, não se mora ninguém.
Quando o corpo é gordo, não se mora ninguém.
Ensinaram a nós que o ódio leva à perfeição.
Mostram para nós
Que o belo não está aos olhos de quem vê
Que para pertencer temos que ser!
Ser seres padronizados
Ser seres de corpos padronizados
Meu corpo não é somente minha casa
Meu corpo se tornou meu cartão de visita
Minha ficha de competência
Meu álibi para a vida
Quantas vezes levei sucatas para dentro de minha casa
Palavras que magoam,
Experiências que atordoam,
Emoções que sufocam.
A exaustão leva ao desespero!
Quando a casa é grande, não se mora ninguém.
Quando o corpo é gordo, não se mora ninguém.
Mas a minha casa só queria ser vista, não julgada.
Só queria pertencer e não ser estigmatizada.
Digo a você, querido leitor
Há quem mora nesta casa, há quem vive nela
Minha casa é grande!
Minha casa é marcada!
Minha casa, meu corpo
Meu próprio-amor!
Eu sou mulher!
Do tamanho que for, amarei
Eu sou mulher!
Do tamanho que for, conquistarei
Eu sou mulher!
Do tamanho que for, serei
Aquilo
que
eu
desejar
Ser!
Meu corpo, minha casa, nossas insurgências !