
Aula Aberta
Apresentação aos Estudos do Corpo Gordo – 2023
Por Malu Jimenez
EMENTA
A aula aberta Apresentação aos Estudos do Corpo Gordo, propõe em 3hs de aula online, apresentar os estudos transdisciplinares das corporalidades gordas de forma a provocar reflexões sobre a gordofobia como estigma estrutural, sistêmico e violento com as pessoas gordas. Como a gordofobia opera, se disfarça e mata pessoas consideradas doentes, patologizadas pelos estudos da “obesidade”, contextualizando a construção sociocultural em que a ciência da saúde coloca as corporalidades gordes, na concepção equivocada da binariedade entre saúde e doença, a pré condição na qual um corpo para ser belo, saudável e feliz tem que estar magro. A gordofobia como discussão decolonial na construção ideológica de corpo, raça e gênero, no entendimento da gordofobia inerente às discussões sobre corpo, raça e gênero. O Artivismo Gorde e o feminismo Gordo como resistências gordas, múltiplas vozes. Corpas gordas construindo e se colocando como obra de arte dissidente, como desobediência e construção de um novo olhar sobre Arte. A partir da Pesquisa Gorda – Estudos transdisciplinares das corporalidades gordas, rompemos paradigmas e construímos novos entendimentos sobre temas como corpas, doença e saúde, saudável, normal e patológico, “obesidade”, estigma, medicalização desses corpos, corpos dissidentes, racismo, homofobia, transfobia, gordofobia, capacitismo, saúde colonizadora, entre outros serão provocados nos debates/discussões/rodas de conversa durante a aula. A filósofa Malu Jimenez propõe a provocação e leitura para o reconhecimento de nossas potências, impulsionando nossa maneira de escrever como um modo de fazer político, criativo, prazeroso e revolucionário engordurando as letras, palavras e mundo.
METODOLOGIA
A aula aberta Apresentação aos Estudo do Corpo Gordo acontece ao vivo de forma remota, na plataforma google meets durante 3 horas, trará discussões sobre os temas propostos, leituras de alguns trechos junto aos alunes, além de material de apoio, vídeos clips, filmes, músicas e lives propostos no material de apoio. Junto a aula haverá tempo para roda de conversa, perguntas e debates sobre as temáticas explanadas durante as discussões impulsionadas durante a aula. No encerramento, provocades pelas aulas, leituras e discussões, em rede faremos um exercício prático de escritas afectivas engorduradas sobre nossas reflexões durante o encontro.
AULA ABERTA
Segunda-Feira dia 13 de fevereiro de 2023.
horário: 18hs às 21hs
A aula será gravada e disponibilizada a todes inscrites!
CERTIFICADOS 4HS/AULA
Referências Bibliográficas/ Material de Apoio
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ARRUDA, Agnes. Questão de gênero: a gordofobia é igual para homens e mulheres? – Link para a matéria: https://azmina.com.br/colunas/questao-de-genero-a-gordofobia-e-igual-para-homens-e-mulheres/
BALBINO, Jessica. E se um estudo provar que obesidade não é doença? https://www.em.com.br/app/colunistas/jessica-balbino/2021/08/04/noticia-jessica-balbino,1292652/e-se-um-estudo-provar-que-obesidade-nao-e-doenca.shtml
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BARROSO, Izchel. Mea culpa: ecos de las teologías feministas para una lectura bastarda del discurso de la obesidad, 2020. https://acrobat.adobe.com/link/review?uri=urn:aaid:scds:US:54a4ccc2-21ba-38a2-9d9a-4d907ef3db9c
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FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes; 1986. https://drive.google.com/file/d/17BcTdq9hzJo_PzlSeTpy86cF-opqepk3/view?usp=sharing
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JIMENEZ-JIMENEZ, Maria Luisa, SILVA, Marcelle Jacinto. Feminismo Gordo: sexo, desejo e prazeres revolucionários. Revista ÁRTEMIS – UFPB, [S. l.], v. 31, n. 1, 2021. https://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/54089
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SPARGO, Tamsin. Foucault e a teoria queer. Seguido de Agape e Extase: orientações pós-seculares; tradução Heci Regina Candiani; pós-facil Richard Miskolci–1. ed- Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
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SUDO , Nadel; LUZ, Madel T. O gordo em pauta: representações do ser gordo
TORRES, Bolivar. Intelectualidade gorda, o novo expoente da academia e da política identitária. Matéria O Globo. https://drive.google.com/file/d/1jWL7bhOlFeDgEpBDbzgVtRY4F6VfDjVZ/view?usp=sharing
TOVAR, Virgie. Meu corpo, minhas medidas. São Paulo: Primavera Editorial, 2018.
Vídeos-clips
– Videoclipe oficial da música \”Só Pago o Que me Cabe\” de Rap Plus Size Prod. Rentz. Gravado, Mixado e Masterizado por UZZN Records. https://www.youtube.com/watch?v=1eCq12EWBrU
-\”LEVANTA MINA\” de MC Carol feat. DJ Thai https://www.youtube.com/watch?v=5EUBHEh5Ue8
– “La Gorda\” (The Phat Girl) is a Cuban hip hop music video – Las Krudas – https://www.youtube.com/watch?v=Mlzf9BPHZYo
– \”Soy Gorda y Que\” https://www.youtube.com/watch?v=ackOqpeLOYg
-Yela Quim – Soy La Gorda – https://www.youtube.com/watch?v=yvkryNqI_qA
– Juice\”, single do álbum \”Cuz I Love You\” de \”Lizzo\”. https://www.youtube.com/watch?v=QVgYaxTdW5w
Vídeos, lives, aulas abertas
–É Pra Falar de Gênero Sim! | Pautas invisíveis: bissexualidade e gordofobia. Pautas invisíveis: bissexualidade e gordofobia, setembro, 2020. É Pra Falar de Gênero SIM – LIVE|É Pra Falar de Gênero Sim! | Pautas invisíveis: BISSEXUALIDADE E GORDOFOBIA | Facebook
– Live – Praça Sinais que Vêm da Rua promove um debate sobre a gordofobia e a regulação das corporalidades. https://www.youtube.com/watch?v=YRI_Rn33ibQ
– Mesa de Conversa – USP – UNICAMP – UFRJ. Gênero & Desigualdades + Saúde – Debates Corpos gordos e COVID-19: estigma, ativismo e resistências. Página do Pagu no Facebook, pelo canal do Numas no Youtube e canal do CLAM no Youtube. 24 DE MARÇO DE 2021. Gênero & Desigualdades + Saúde – Debates Corpos gordos e COVID-19: estigma, ativismo e resistências | Antropologia (usp.br)
– Aula Aberta – Ação Curricular em Comunidade e Sociedade (ACCS) – Políticas Públicas de Cuidados para as Diversidades – Diálogos entre a obesidade(s), corpo gordo, saúde e outras interseccionalidades. Universidade Federal da Bahia UFBA. 06 de outubro, 2021. (2) Aula Aberta-Diálogos sobre obesidade(s), corpo gordo saúde e outras interseccionalidades #gordofobia – YouTube
– GRANDE FESTIVAL DE EPISTEMOLOGIAS DISSIDENTES PROMOVIDO POR: grupelho – Grupo de Estudos e Ações em Filosofia e Educação da Faculdade de Educação da UFMG EPISTEMOLOGIAS VISCERAIS – Aula Aberta: Filosofia Gorda com Malu Jimenez, 25 de novembro de 2021. (2) EPISTEMOLOGIAS VISCERAIS – Festival de Epistemologias Dissidentes – YouTube
– PRETAS G – documentário. https://drive.google.com/file/d/1l6STz8KUfDMIobzT7aixGGFezqnLL75P/view?usp=sharing
– Festival do Conhecimento – UFRJ – Gordofobia no discurso da saúde. https://drive.google.com/file/d/1nd8tmhVJJTTxPDAWqhw8rw5UClAPL4wB/view?usp=sharing
-COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA – Audiência Pública Ordinária (virtual) – Gordofobia e seus impactos -12/11/2021, convidados Ale Mujica Rodriguez, Keit Lima, Vanessa Joda. https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/64022
Filmes e séries
– Preciosa – 1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece \”Preciosa\” Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que sofre uma série de privações durante sua juventude. Violentada pelo pai (Rodney Jackson) e abusada pela mãe (Mo\’Nique), ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser pobre e gorda também não a ajuda nem um pouco. Além disto, Preciosa tem um filho apelidado de \”Mongo\”, por ser portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa da escola. A sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) consegue para ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua existência traumática, se refugiando em sua imaginação. https://www.youtube.com/watch?v=rGAkI3HTlpc
– Miss Sunshine – 2006,Nenhuma família é verdadeiramente normal, mas a família Hoover extrapola. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína. Nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada Olive (Abigail Breslin), é convidada para participar de um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes. Durante três dias eles deixam todas as suas diferenças de lado e se unem para atravessar o país numa kombi amarela enferrujada.https://www.filmesdetv.com/little-miss-sunshine-2006.html
-Dietland – Série amazon prime. Série baseada no best-seller de Sarai Walker tem como protagonista uma mulher de 130 quilos, uma guru antidietas e um grupo terrorista chamado Jennifer. Todas com um objetivo: derrubar o patriarcado. Plum pesa 130 quilos e trabalha respondendo cartas desanimadoras que as leitoras da revista Daisy Chain enviam à diretora, a mais que perfeita Kitty Montgomery. Completa seu salário com os doces que vende na cafeteria de seu amigo Steven (personagens interpretados por Joy Nash, Julianna Margulies e Tramell Tillman respectivamente). Seu objetivo vital é juntar dinheiro suficiente para submeter-se a uma cirurgia de redução do estômago e poder levar uma vida \”normal\” quando estiver livre de todos os quilos que estão sobrando. https://www.primevideo.com/detail/Dietland/0IMPDBFVODYUY1AH3GRQ0PX7VD
Músicas/Rádio
– Rádio Câmara – Mulheres de Palavra – Como a gordofobia afeta as mulheres? Fevereiro, 2022. https://www.camara.leg.br/radio/384-mulheres-de-palavra/
– Playlist colaborativa lute como uma gorda. https://open.spotify.com/playlist/11djFLI4rxVru36y269HJQ?si=Umx4wbpFTqymDpvWFBYPOA&utm_source=copy-link
Investimento:
Primeiro LOTE:
Inscrições até 30 janeiro 250,00
Segundo LOTE:
Inscrições até 10 de fevereiro 300,00
Pagamento via pix [email protected]
Enviar comprovante para whatsaap 65 993018851 para Preenchimento da ficha de Inscrição e acesso as aulas.
BOLSAS SOCIOECONÔMICAS – VAGAS ESGOTADAS
O que é ser uma MULHER GORDA?
Por Malu Jimenez
Estamos no mês de março, momento histórico de luta do feminismo, momento para lembrar que muitas de nós, morreram e morrem como resultado do cistema – cisheteropatriarcalcolonialista, que considera mulheres como seres inferiores, hierarquizados, fetichizados, somos as que carregam o fardo de manter tudo na “ordem” para que os homens possam viver.
Ainda hoje não somos donas dos nossos corpos, somos violentadas, humilhadas, assassinadas e culpabilizadas pelas roupas que vestimos, e não importa socialmente o quão isso é violento, nem com nossas histórias, vidas, planos, famílias…
Ser mulher no mundo é correr o risco, a cada minuto, de sofrer algum tipo de violência, é criar estratégias de sobrevivência, e isso é exaustivo, doentio.

Contudo, ser uma MULHER GORDA é multiplicar todas essas dores, é estar mais abaixo ainda desse entendimento, do que significa ser mulher, mesmo que se considere a MULHER, como disse, um ser inferior aos demais (homens), a mulher GORDA nem é considerada mulher, nem é vista como gente, nem é levada em conta…. a não ser que ela emagreça… aí sim, a sociedade revê o seu lugar no mundo, não que seja um lugar de respeito e autonomia como ser humanos, mas ainda assim é lugar mais privilegiado do que de uma mulher gorda.
Então, eu pergunto:
O que é ser uma MULHER GORDA no mundo?
É uma pergunta que lateja na minha mente há anos… O que é?
Já pensaram sobre isso?
Eu sou uma Mulher gorda no mundo, conheço muitas outras, e posso garantir que estar no lugar de lutar por existir todos os dias de nossas vidas, é ser ativista mesmo quando não se quer ser, é chorar escondido muitas noites, porque mais uma vez foi humilhada, invisibilizada… é ter inúmeros traumas a tratar, porque foi excluída de tudo que se pretendeu fazer no mundo, é estar a margem do que significa ser mulher nesse cistema.
Ser uma mulher gorda é ter que se explicar todo o tempo, andar com seus exames em-
baixo do braço para justificar quem somos, e tentar explicar que a gente só quer existir, mas sempre com um pé atrás, porque não sabemos se o tamanho de violência que vem justificada de amor e preocupação com a saúde a gente vai suportar mais uma vez, porque dói, machuca, e é muito intenso ter que lidar com isso quase todos os dias de nossas existências…

É pela saúde, é por amor, pelo nosso bem, por cuidado… A violência que rasga nossa carne, nossas subjetividades e nossa existência vem do lugar de que nós mesmas não somos capazes de nos cuidar, amar, ter tezão, escolher nossa comida, estilo de vida, praticar atividade física, ter saúde, ficar doente, nós somos vistas como uma bola imensa de gordura podre, estragada marcada por características: feias, chatas, bravas, violentas, compulsivas, doentes, preguiçosas, desiquilibradas, descontentes, assexuadas, tristes, fracassadas, nojentas.
E, portanto, merecemos ser ofendidas, diminuídas e contestadas, toda vez que dissermos alguma coisa sobre querer existir, sobreviver, nossas dores…
A denúncia a violência que sofremos nos é negada, e não só pelos homens, instituições sociais, mas infelizmente por outras mulheres que não conseguem entender como os homens que nesse mundo comandam:
que não aguentamos mais, que é preciso reivindicar respeito, que somos pessoas como qualquer outra e sabemos sobre nossas vidas, porque vivemos elas todos os dias desde que nascemos, temos histórias para contar, temos corpos para amar, temos vida para viver!

Texto publicado na Revista A LOBA, março de 2020.
A GORDOFOBIA MATA
E EM TEMPOS DE QUARENTENA MATA MAIS!
Malu Jimenez e Ale Mujica
Se tem uma coisa que todes, ou a maioria das pessoas no mundo todo sentiu com a Pandemia do coronavírus foi medo. Muita gente por aqui, talvez ainda não tenha entendido, ou percebido a gravidade do problema, mas quem acompanha o fenômeno covid-19 está preocupado, no mínimo vem tentando realizar as medidas preventivas, que não só irão ajudar ao cuidado de si, mas também de outres, evitando tanto se infectar com o vírus, como transmiti-lo. Outres, de tanto medo, estão na negação e acreditam que não serão contagiados, cada une lida com o medo como pode, sabe ou consegue.
O sistema capitalista também se aproveita do medo para se enriquecer ainda mais, incentivando um consumo frenético de diferentes produtos, como álcool em gel, máscaras, luvas (sem as devidas recomendações). E também de produtos alimentícios, para quem tem o capital econômico, fazer estoque. Esse cenário se complexifica ainda mais com a circulação de notícias sensacionalistas em conjunção com a indústria do corpo, como é o caso dos impérios trilhardários do emagrecimento no mundo.
As pessoas têm medo de engordar, a sociedade é gordofóbica, ou seja, coloca às pessoas gordas como doentes ou com risco de serem. Como corpas não desejáveis dentro do imaginário de como deveria ser a sociedade. Desta forma, recria diferentes formas de vigiar e punir essas corpas-pessoas, mas também de controlar como nossas corpas devem ser, pensar, comportar, etc.
A saúde e suas instituições jogam um papel muito importante nessa triada (vigiar-punir-controle), sendo que retroalimentam o lugar de corpas gordas como abjetas.
A mídia também entra em cenário, trazendo narrativas, sem fundamentos científicos e se usando das categorias biomédicas, de que as pessoas ‘obesas’ seriam um grupo de risco para o coronavírus. Isto faz com que esse medo de engordar seja alimentado ainda mais e assim milhares correm a farmácia e compram shakes, cintas, ebooks, afins. A internet anuncia a cada minuto como emagrecer em poucos dias, e assim segue a boiada desesperada.
Mais perigoso e cruel ainda é entender os mecanismos pelos quais o preconceito, o estigma e a discriminação para com as pessoas gordas (gordofobia) são articulados no discurso acadêmico-científico da biomedicina e materializados no cuidado à saúde das pessoas gordas. O que nos faz pensar em como serão os atendimentos as pessoas gordas, caso elas tenham que ficar internadas num quadro grave na pandemia. Como serão tratadas?
Fico imaginando quando precisar ir ao hospital com sintomas do vírus e não houver maca, cadeira para mim. Como será que a equipe médica vai me tratar? Essas pessoas aprenderam sobre gordofobia em suas formações? O que andam lendo na mídia?
Organizações como a OMS (organização Mundial da Saúde) colabora com esse medo, já que colocou pessoas gordas no grupo de risco, isso ajudaria em quê? Na contribuição do desespero em engordar na quarentena. Parece-nos mais uma biopolítica de higienização de aquelas corpas que não se encaixam dentro das norma-tividades, se justificando, mais uma vez, dentro da construção do dito ‘saudável’.
Engraçado perceber que o maior órgão de saúde no mundo contribui para que as pessoas gordas fiquem mais doentes e as magras entrem em desespero em engordar. Que tipo de saúde é essa que não consegue lidar com uma pandemia e com corpas dissidentes mais uma vez?
Muita coisa a pandemia nos trouxe além do medo, uma reflexão sobre como nossos governos vem tratando a saúde, a comercialização do saudável, a normatização e hierarquização de algumas corpas. Vimos isso no discurso do ultimo/novo Ministro da Saúde no Brasil quando diz quem merece ser salvo na pandemia. E, você o que responde a essa pergunta que nem deveria existir: Quem merece ser salvo na pandemia?
Obs: Esse texto foi publicado no Todas Fridas em 2020.
Se liga: Body positive NÃO é Ativismo Gordo!
Por Malu Jimenez
Essa semana na internet tenho lido de pessoas gordas, questionamentos e observações do que é ou não ativismo gordo, qual ativismo é válido e qual é só comercial. Resumindo, uma confusão generalizada sobre o que é influencers, body positives, ativistas gordas, pesquisadoras ativistas…
Sempre que o universo gordo virtual entra em convulsão ao contrário da maioria das pessoas que sentem muito, eu gosto muito porque existe uma explosão de pensamentos e opiniões na internet que eu consigo ver claramente o que nós gordes estamos entendendo por ativismo gordo e tudo que está ou não ligado a essa luta.
E essa semana ficou bem claro que está faltando ler, pesquisar, buscar informações sobre temas que defendemos, é fundamental em qualquer ativismo, imagina então, no ativismo gordo que está engatinhando aqui no Brasil?
Quando se defende uma luta é preciso saber sobre o que se está falando, e assumir seu ativismo e não de outras pessoas. Falar de autoestima, lacração rende grana, patrocinadores e a galera em geral quer isso, e também não vejo nenhum problema nisso, já que influencer é um trabalho como qualquer outro, se vende uma força de trabalho.
Proponho então, tentar entender o que é cada coisa, ou pelo menos refletir sobre esses conceitos. O que é um influencer, o que ele faz? Influencers influenciam outras pessoas a comprarem o que ele fala, veste, usa, pensa como verdades absolutas, mas por trás dele existem marcas/ideias que pagam para ele pensar, fazer, usar o que elas vendem, entende?

Segundo uma pesquisa apresentada no INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação em 2017, por Fernanda de Faria Medeiros, doutora em Comunicação Social pela UFMG e Paulo Henrique Basílio Santana, graduando do Curso de Comunicação Social: Publicidade e Propaganda da PUC/MG, chama a atenção da importância em “pensar que a explosão de influenciadores digitais, blogueiros e youtubers nasce de um contexto oportuno, em que a mídia, cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, difunde a ideia da fama como uma possibilidade real para a conquista da prosperidade.” Ou seja, se você segue um influencer, mesmo que ele milite por alguma causa, saiba que por trás de seu discurso existem marcas/ideias que irão se aproveitar do nicho de seguidores daquele influencer, e o influenciador digital busca seguidores, reconhecimento e fama.
É assim que funciona, e isso não tem nada haver com você escolher A ou B para seguir, siga quem você quiser, ninguém tem nada haver com isso, é uma escolha de consumir isso ou aquilo na internet, é pessoal. Mas, também não se engane, já que nossas escolhas são manipuladas socialmente, mas isso já é outra história, mas faz parte da discussão.
A Izabela Domingues e Ana Paula de Miranda, doutoras e pesquisadoras do consumo, moda, tendências, comunicação escreveram um livro muito bom que se chama Consumo de Ativismo, indispensável para quem se reconhece como ativista, que explica “Consumir não se separa da cultura; está intrinsecamente associado aos processos sociais; há valores, significados e discursos implícitos e/ou explícitos de poder, seleção, classificação e organização nos mais distintos contextos sociais. Enfim, o consumo é um código que “traduz” muitas relações sociais e classifica objetos e pessoas, produtos e serviços, indivíduos e sociedades.”
Voltando a nossa discussão sobre o que é o que. Na minha tese de doutorado, me debruço sobre essa questão e o que pude observar é que existem muitas mulheres gordas procurando mudar suas questões e sofrimentos sobre seu próprio corpo, mas a condição estrutural e institucionalizada da gordofobia está tão enraizada em nossa cultura que esse processo leva um tempo, e cada mulher passa por diversas fases e enfrentamentos para se denominarem ativistas gordas ou entrarem numa luta.
Não existe um manual para ser ativista, é uma construção pessoal e você deve construir o seu ativismo, naquilo que acredita e não no que outras pessoas dizem para você ser, fazer ou seguir, digo isso, porque é perigoso seguir e não sentir.
Sobre esse processo de descoberta, conhecimento e enfrentamentos, e digo em primeira pessoa, porque minhas redes de pesquisadora ativita,-“militância”- começaram com o nome “Gorda Linda” e, depois de um ano, percebi que a beleza não era mais uma questão de luta no meu ativismo, já que essa fase tinha sido ultrapassada, e questões como patologização e acessibilidade começaram a ser mais importantes no meu ativismo.
Talvez, por isso, o movimento body positive se confunda muitas vezes com o ativismo gordo; mesmo não sendo a mesma coisa, promovem um autoconhecimento de seu próprio corpo como valorização de sua história, muitos depoimentos passam por essa discussão, e também, convenhamos é muito mais cult dizer sou body positive, do que sou ativista GORDA, não é fácil e leva muito tempo para uma pessoa que entendeu a vida toda, gorda é sinônimo de coisas horríveis, agora se autodenominar assim, leva tempo e muito conhecimento do tema.
O ativismo gordo vai além da aceitação do próprio corpo, visto que a proposta é do empoderamento através do conhecimento para uma luta de despatologização e acessibilidade do corpo gordo na sociedade contemporânea. Destruir a estigmatização estrutural é necessária e só se faz isso quando levamos a discussão para o entendimento epistemológico de um saber colonial patriarcal que padronizou o corpo magro como o único possível.
Segundo a pesquisa da Carolina Duó Souza, […] o movimento Body Positive (Positividade Corporal) nasce nos Estados Unidos da América, no final da década de 1990, com a iniciativa de duas mulheres: Connie Sobczak e Elizabeth Scott; elas fundaram o instituto The Body Positive, movidas pela paixão compartilhada de criar uma comunidade viva e curativa que oferecesse liberdade de mensagens sociais em contraposição àquelas sufocantes que mantêm as pessoas em uma luta perpétua com seus corpos.
Já o nascimento do Ativismo Gordo nasce no final dos anos 70 e princípio dos 80, vinculado a feministas e o movimento hippie nos Estados Unidos, conhecido como Fat Underground com a morte de uma mulher gorda famosa, cantora Cass Elliot que foi negligenciada pelos médicos por estar gorda, ocasionando sua morte. (DEAN, BUSS, 1975.
Esse movimento, ativismo gordo impulsiona pesquisadores ativistas que começam a propor outro olhar no debate sobre os corpos gordos, estudos sobre a gordura nos Estados Unidos, os “fat studies”, pioneiros nesse debate, os quais procuram entender corpos gordos além da patologização que acaba estigmatizando a pessoa gorda.
Como algumas pesquisas mostram, o discurso médico que naturaliza todo corpo gordo como doente acaba favorecendo um mercado milionário da beleza, alimentação, farmacêutica, cirurgias, etc. A proposta é que essa discussão sobre a patologização do corpo gordo também seja analisada de um ponto de vista sociocultural, com reflexões críticas sobre como a comunidade médica vem reforçando a estigmatização desse corpo e, assim, não contribuindo o suficiente para entender efetivamente qual é o significado dele na sociedade contemporânea. (FISCHLER,1995); (MURRAY, 2009); (FIGUEIROA, 2014); (LIPOVETSKY, 2016); (POULAIN, 2013); (SANT’ANNA,1995); (MATTOS, 2012).
A confusão existe, mas definitivamente não são as mesmas lutas. O body positive foca em todos os corpos e na quebra do padrão único de beleza e as ações estão muito ligadas a moda, autoestima, belezas diversas, etc.
Já o ativismo gordo está focado em contrapor a estigmatização dos corpos gordos socialmente, na despatologização desses corpos e na acessibilidade quase inexistente por causa da gordofobia.
Assim o ativismo é uma construção, que nunca termina e sempre está em transformação, e nessa discussão também vai aparecer a discussão sobre o feminismo gordo, muitas militantes contam que, dentro do feminismo, essa temática é invisibilizada, e que muitas delas, como eu, sofreram por não poderem levantar essa bandeira dentro das pautas de coletivos em diversos lugares e momentos do feminismo. Contudo, o ativismo gordo luta dentro do feminismo para ocupar e validar essa luta, mas infelizmente existem feminismos, e em sua maioria, não percebem a importância dessa discussão dentro deles.
Espero, sinceramente ter esclarecido alguns pontos para quem se interessou em ler, seja provocado a conhecer um pouco mais sobre as diferenças entre body positive e ativismo gordo, fazendo assim que você se desvende em qual situação quer se identificar, ou não.
Para Consultar:
DEAN, Marge. e BUSS, Shirl. Fat Underground , 1975. Disponível em: <https://youtu.be/UPYRZCXjoRo.>. Acesso em 16 jul. 2016.
DOMINGUES, Izabela; MIRANDA, Ana Paula de. Consumo de Ativismo. Barueri, SP: Estação das Letras e Cores, 2018.
MEDEIROS, Faria, Fernanda; SANTANA, Basilio, H., Paulo. A performance do comediante nordestino e a imagem de Whindersson Nunes. O youtuber visto como celebridade ordinária. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2017. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-0988-1.pdf. Acesso em 07 dez. 2019.
SOUZA, Carolina Duó. BODY POSITIVE – ESTUDO DE CASO NAS MÍDIAS DIGITAIS. 2019. 42 f. Monografia (Especialização em Estética e Gestão da Moda) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2019.
Obs. Esse texto foi publicado no TODAS FRIDAS em 2020.
Mulheres fortes e exaustas!
Esse fim de ano de 2019 eu terminei exaustamente exausta, tanto mentalmente como meu corpo pedia através de dores e muito cansaço para que eu parasse de fazer coisas. Assim que acabei a tese, senti um peso em mim que já não dava mais para seguir sem falar sobre todo esse sentimento e cansaço que eu estava vivendo.
Pensei em muitas coisas que eu tinha feito naquele ano, e minhas deusas, eram tantas coisas, tantos perrengues, tantas lutas, tantas escrituras, viagens, discussões, perseguições, comecei a chorar de cansaço, de perceber que tinha trabalhado exaustivamente e não tinha dinheiro para pagar meu aluguel se eu não inventasse alguma coisa rapidamente.

No final vi que está tudo misturado, trabalho, ativismo, meu corpo gordo feminino, feminista, anarquista, sul realista, rsrsrsrs, as vezes não dá para separar: eu vivo o que eu acredito, estudo, falo e luto, mas eu sou mais que tudo isso, muito mais, eu pago aluguel, tenho que comer, vestir, calçar, ir e vir, estudar, ler, falar, viver, amar…
O mundo tem sido muito cruel conosco, mulheres “fortes”, estamos adoecendo porque as pessoas confundem fortaleza com abandono, quem é que apoia essas mulheres? É sobre isso que proponho a reflexão nesse texto, as mulheres fortes que você elogia e acha foda, está exausta.
Conversando com uma amiga que também se sentia assim, percebemos que existe uma necessidade de falar sobre isso, porque a gente é forte, não necessitamos de cuidados, apoio, ajuda? Não é bem assim não, muito pelo contrário, essas mulheres necessitam em dobro o nosso cuidado, carinho, apoio e ajuda, elas estão liderando lutas pesadíssimas, fazem trabalhos exaustivos todos os dias, horas e momentos de sua vida e na maioria das vezes não ganham pra isso.

Porque ser ativista e vestir essa camisa na vida, é isso você tá no mercadinho comprando o almoço e a caixa tá falando de regime, você tá no barzinho com seus amigos e eles estão falando de como engordaram no natal, é o tempo todo a toda hora uma luta, não tem descanso se você não perceber isso a tempo e criar uma rede de amigas e apoio, adoece…
E rede de apoio demora para ser formada, tem muito mais gente pra julgar seu trabalho que pra te dar afeto e poio, isso é sentido nas entranhas da carne de toda mulher forte e exausta, é só perguntar que ela conta.
Incrível que as pessoas não percebem, você pede ajuda e elas propõem um novo trabalho, de graça de preferência, já que você é ativista não precisa de dinheiro, é uma confusão enorme, ainda existem as que te acompanham e te chamam para dizer o que você pode ou não fazer no SEU ativismo, como se houvesse um termômetro, um manual, uma só maneira de lutar… Situo-lhes informar, que isso não existe, faz sua parte e respeita as outras lutas… Isso também é sororidade, gordoridade, empatia, ou como você queira chamar!

Respeita o trampo duro da outra mana, se coloca no lugar dela, que mais que julgamento ela pode estar precisando de um elogio, uma força, um carinho em palavras. Na verdade, fiquei pensando que isso também é uma violência, pensa comigo, todas as mulheres que assumem uma luta são muito criticadas e anuladas e vigiadas e julgadas, etc…
Conversei com algumas mulheres que se sentem assim, fortes e exaustas de tanta pedrada, de tanta falta de noção e afeto … Esse fim de ano o que mais ouvi foi, estou cansada de ser ativista é muita decepção e sofrimento, estou desiludida …. Pelo amor das deusas tem alguma coisa muito errada aqui… PAREM PENSEM E MUDEM!
Não sei bem se era ela, mas acredito que sim, Simone de Beauvoir pontuou como outras que vieram antes de nós, que é necessário uma crítica ao que se faz, um olhar mais profundo ao que se propõe, onde está isso? Aproveitemos o começo do ano para pensar sobre isso… Vamos lá:
– Quantas mulheres fortes você ofereceu ajuda no ano de 2019?
– Quantas mulheres fortes você deu sua mão, ouvido em 2019?
– Quantas mulheres fortes você ofereceu um café, uma cerveja em 2019?
– Quantas mulheres fortes você ofereceu um trabalho em 2019?
– Se você é a mulher forte, conversou com alguém sobre sua exaustão?
Talvez o que falte, é a proposta da reflexão sobre nosso papel no feminismo, na nossa rede de mulheres, de apoio, de proteção, e… não vale escolher algumas, e outras você não estar nem aí… Veja, esse pensamento não tem nada haver com vitimismo, não é isso. A proposta aqui, é juntar os cacos e se refazer, porque a luta continua.

O patriarcado colonial se alimenta dessa exaustão, é necessário pra que mulheres fortes desistam, morram, se anulem na luta, quem é que cuida dessas mulheres fortes e exaustas? Nós? Como?
A Re (existência) nesse mundo por uma luta diária precisa ter apoio, mas também precisa ser cuidada, não tem nada de errado ao invés de você, o tempo todo pedir ajuda, também dar ajuda, doar seu tempo para essas manas que estão a frente, dividir o peso, as angústias, os ataques, isso é feminismo.
Mulheres fortes estão exaustas, precisamos pensar na sobrevivência de cada uma delas, não só daquela que sai na tv, tem milhões de seguidoras, talvez essas estejam menos exaustas que aquelas que lutam, trabalham muitíssimo e no final do mês não conseguem pagar seu aluguel, comprar um livro.

Ajudem mulheres fortes, mulheres fodas para que não fiquem exaustas, a revolução será feminista ou não será, se essas mulheres estiverem na linha de frente bem e não exaustas!
Obs: Esse texto foi escrito para TODAS FRIDAS em 2019.
GORDOFOBIA NA ESCOLA: LUTE COMO UMA GORDINHA!
Ontem uma mãe gorda de gêmeas me mandou um e-mail contando com muita dor, sofrimento, e sem saber o que fazer, numa situação de gordofobia aos corpos gordos de suas filhas de 4 anos na escola.
“Preciso de ajuda! Minhas filhas chegam da escola tristes, chorando e não querem conversar sobre o que aconteceu, isso já está acontecendo a algumas semanas, mas ontem a Bia me disse: – mamãe a gente precisa fazer regime, comer menos, emagrecer. Já vinha notando a dificuldade delas na hora de comer, antes da escola comiam bem, hoje é um momento tenso, ruim. Não sei o que fazer, fui na escola e a coordenadora me disse que não aconteceu nada na escola, mas que eu deveria começar um regime, emagrecer e dar o exemplo para minhas filhas de como se cuidar. Eu sou mãe solo, cuido dessas meninas, da casa, e de tudo mais sozinha, sou trabalhadora, feminista, mas nunca imaginei que ia estar passando por isso com minhas filhas com 4 anos, você pode me ajudar?” (ANA, 36 anos).

Esse não foi o primeiro, e nem será o último depoimento de mães assustadas com a gordofobia que seus filhos sofrem na escola, tenho ouvido com uma certa frequência histórias de dor e sofrimento com meninas cada vez menores.
A discriminação e exclusão pelas diferenças sempre existiu dentro das Instituições de Ensino, contudo têm emergido de forma nunca antes visto, com meninas na primeira infância, uma intolerância ao corpo gordo e têm tomado proporções devastadoras na formação dessas crianças, quanto se exige desde muito cedo, um corpo que não se tem: o corpo magro.
Por essa e outras questões de importância comum, entre pesquisadores, professores e instituições educacionais levantar a discussão sobre a estigmatização dos corpos gordos dentro dos espaços educacionais se faz urgente, necessário e efetivo.
Sabemos que esta estigmatização é estrutural e cultural, transmitida em muitos e diversos espaços e contextos sociais na sociedade contemporânea. Esse prejulgamento acontece com a desvalorização, humilhação, inferiorização, ofensas e restrições aos corpos gordos de modo geral.

Provocar a reflexão sobre a estigmatização com os corpos gordos pelo corpo docente e comunidade escolar, se propõe focar o entendimento que um lugar que as mães entendem como seguro: a escola, não tem cumprido com esse papel da tolerância e respeito aos direitos humanos, já que se está naturalizando um tratamento estigmatizador desde a infância com crianças, tendo continuidade na adolescência e fase adulta com pessoas gordas.
Desde criança, aprendemos em casa com a família e depois nas escolas que o corpo belo e saudável, é o corpo magro. Infelizmente, o corpo gordo nas Instituições de Ensino seguem a Gordofobia estrutural e, portanto repete a exclusão e estigmatiza a criança/adolescente/adulto gordo, causando fobias, medos, traumas, bulliyng e suicídios. Os profissionais da educação repetem a estigmatização, e de maneira geral não sabem lidar com o preconceito, culpando na maioria das vezes a própria vítima.
A estigmatização e exclusão do corpo gordo na escola está presente desde cedo, porque a escola não tem cumprido o seu papel de transgressão do pensamento hegemônico, parece que esse papel fica na responsabilidade da educação superior, já que se “acredita” que pensamento crítico e discussão sobre respeito a diversidade, direitos humanos é coisa de “comunista” e de humanas.

Não estamos preparados para uma educação inclusiva, mas não assumimos esse despreparo, se fala de uma escola inclusiva, mas não se inclui. Infelizmente, essa é a realidade brasileira, e quem sabe, mundial.
Basta olharmos para a falta de acessibilidade nesses espaços, os uniformes, cadeiras, banheiros, escadas. Se faz uma encenação de escola inclusiva, mas na verdade estamos cada vez mais cruéis com a diferença; e a violência dentro das escolas mostra isso.
Quais são as formações dessas professoras e professores desde o ensino infantil sobre corpos dissidentes, diversidade e exclusão social? Me parece inexistente. Todos sabemos dessa situação, basta dar uma volta na sala dos professores que vemos e ouvimos o despreparo de muitos deles no quesito do acolhimento.

Talvez, o resultado da última eleição nos mostre o que estamos construindo, uma sociedade extremamente cruel, ignorante e algoz. Assim, não é de assustar que crianças de 3, 4 anos de idade já pensem em regime, exercícios, emagrecer e sofram com toda essa imposição que começa a emergir substancialmente na formação de seres humanos, no espaço central dessa construção que é o lugar de ensino, o que está acontecendo dentro dessas escolas?
O resultado de uma formação baseada no preconceito e exclusão ao diferente, nos mostra que a gordofobia está na escola, como a escola está para a gordofobia.
Vemos uma crescente preocupação com alimentação saudável, sedentarismo, e todo esse mercado do emagrecimento impulsionando nossas crianças em obcecados pela magreza, mas nunca se vê projetos e trabalhos voltados a corpos que não são os normatizados, não vejo palestras sobre gordofobia, muito menos a temática na formação dos professores que estão contaminados por essa maneira de estar no mundo: MAGRA.
Quero usar este texto para chamar a atenção de todes os envolvidos em educação, infantil, fundamental, médio e superior, na formação de professores e seja lá quem você for para uma formação menos gordofóbica, provocando essa discussão, pesquisando, lendo, indo a uma palestra, roda de conversa sobre a temática.
Se essa pauta não for levantada a tempo para discussão e transformação dentro do espaço educacional, veremos nossas crianças, adolescentes e adultos se suicidando com muito mais frequência que a mídia tem nos mostrado.

Vejam o caso que foi muito comentado em 2017, mas logo entrou no esquecimento, da adolescente Dielly Santos de 17 anos, que se suicidou na escola em que estudava, em Icoaraci, no Pará. A estudante foi encontrada morta no banheiro. “Enforcamento”, apontam os laudos policiais. De acordo com a família da jovem, Dielly era vítima de gordofobia, e constantemente chamada de “lixo” e “porca imunda” pelos colegas, que gargalhavam após proferir tais ofensas.
O caso é tão sério, que mesmo depois da morte dessa menina, os comentários que seguiam a notícia eram para no mínimo acontecer uma intervenção educacional dentro das escolas, discursos de ódio imanente bate as nossas vidas e o Estado que tem como proposta única nos proteger, colabora com ele.
Proponho que repensemos o papel da educação a partir da igualdade que Paulo Freire levanta em seus estudos, quando aponta em sua obra Pedagogia da Autonomia que “ninguém é superior a ninguém”. Essa afirmação surge de um contexto quanto é importante na relação educadores e educandos estarem numa relação de igualdade, e que todos estejam atentos ao que o outro pensa e sente, uma escuta atenta ao outro.
Para o filósofo “aceitar e respeitar a diferença” é uma condição essencial para o respeito da diversidade, entender e respeitar o outro corpo que não é magro também se faz nesse exercício de respeito. Como ninguém é superior a ninguém, nenhum corpo também se faz superior a outro, pelo outro corpo não ser como se acha que deve estar.

Assim, a igualdade de todos os corpos dentro da escola, se faz uma parte da prática educacional como condição política e condicional para que essa diversidade de corpos sejam enriquecedoras e não aniquiladoras, e essa condição é um direito garantido constitucionalmente.
Dessa maneira, espero que você leitor ou leitora se atente a questão dos corpos diversos e exija o respeito a eles, seja você educador, aluno, família, comunidade, ser espeitado com nossas diferenças é um direito e ninguém pode nos tirar isso. Existimos e resistimos!
Proponha em seu espaço debates sobre a gordofobia é de importância emancipadora para nossa sociedade do ódio e exclusão imanente.
PARA CONSULTAR:
– FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2017.
– JIMENEZ-JIMENEZ, Maria Luisa. Gordofobia: uma questão de perda de direitos, 2018. (Blog/Facebook). Disponível em: http://www.todasfridas.com.br/2018/03/11/gordofobia-uma-questao-de-perdaa-de-direitos/
-JIMENEZ-JIMENEZ, Maria Luisa. Gordofobia Médica: A reprodução do Estigma Social, 2018. (Blog/Facebook). Disponível em: http://www.todasfridas.com.br/2018/07/23/gordofobia-medica-a-reproducao-do-estigma-social/
– HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade, 2017.
Obs: Esse texto foi publicado em 2019.

Lute como uma gorda é um blog criado pela Profa. Dra. Malu Jimenez, ativista e pesquisadora do corpo gordo. Aqui reunimos e potencializamos conteúdos sobre este tema, a fim de construir, conectar e formar pessoas que se interessem pela causa.
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